sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Caminhos do saber - Parte III




 

Para completar o meu texto usarei novamente a minha reflexão do estágio onde relato alguns conhecimentos que me foram adquiridos ao longo do curso. Ao começar meu processo acadêmico, o primeiro questionamento surgiu. O que seria Pedagogia? Pois no senso comum seria uma pessoa formada para ser professor. Mas, seria isso mesmo? Em busca dessa resposta encontrei no conceito de Libâneo (2004) a resposta para a minha inquietação. 
Pedagogia é, antes de tudo, um campo científico, não um curso. O curso que lhe corresponde é o que forma o investigador da educação e o profissional que realiza tarefas educativas seja ele docente ou não diretamente docente. Somente faz sentido um curso de pedagogia pelo fato de existir um campo investigativo - o da pedagogia - cuja natureza constitutiva é a teoria e a prática da educação ou a teoria e prática da formação humana. Com a Pedagogia vem o conceito de Educação, que de acordo com Souza (2006, p. 2) em seu artigo, “A pedagogia de Paulo Freire”,
 A idéia de educação é um ato político que reeduca todos os sujeitos envolvidos, é mais do que uma transmissão de conteúdo, envolve postura e atitude diante do outro e do mundo. Não é a teoria que educa, é uma pratica sendo pensada à luz da tória que transforma a realidade, esta é a pedagogia de Paulo Freire – uma práxis transformadora das estruturas e das pessoas.Eu compreendo que a educação é um meio de transformação de uma sociedade. E de acordo com Gabriel Chalita (2003, p.11), a sociedade está “(...) Num tempo em que a aparência vale mais do que a essência e a competição e o individualismo teimam em ditar as regras dos relacionamentos, acabando por minar qualquer possibilidade de amizade e amor.” A educação não seria a salvadora, mas poderia ajudar a modificar esta sociedade.A partir das considerações acima, meus horizontes se abriram, e então percebi que fui seduzida pela Pedagogia, talvez por saber que em minhas mãos estava uma “arma” com um poder de transformação, não para destruir, mas para transformar.Começa então um relacionamento forte, aonde o conhecimento ia surgindo a cada nova descoberta. Eu ia conhecendo o curso, o que ele poderia me oferecer naquele exato momento e também no futuro. Passei a me conhecer melhor, a fazer amigos e a ver o mundo de outra forma, como um espaço que pode ser transformado.Estas descobertas fizerem com que conceitos fossem aparecendo e sendo formados a partir dos autores estudados nas disciplinas oferecidas pelo curso. Em relação às disciplinas houve, sim, as preferidas, as que não gostei, as que achei o conteúdo vago, outras com conteúdo muito denso, mas ao longo do curso, em vésperas da certificação, posso dizer que todas as disciplinas cada uma com suas competências, contribuíram de alguma forma, no âmbito acadêmico, pessoal e até mesmo afetivo. As disciplinas do curso são divididas em duas partes distintas. As de cunho teórico, que formou em mim uma base mais social e filosófica e a outra parte são as disciplinas voltadas para a prática pedagógica. Nesta primeira parte do curso alguns conceitos foram mais fortes, o primeiro deles foi à concepção de homem, onde a partir daí desencadearam os outros. De acordo com o educador Paulo Freire (apud BRENNAND, 2003) o homem constrói sua história e sua cultura, como um ser da práxis ele emerge da natureza para transformá-la. A maneira como o homem capta e interpreta a realidade vai determinar sua relação com o mundo objetivo e suas mais variadas significações. E na cultura que ele vai encontrar os primeiros elementos para poder construir os seus discernimentos, ou seja, sua consciência e de sua historicidade. A partir daí surge outro conceito - cultura -, onde Confúcio há quatro séculos antes de Cristo anuncia “a natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantém separados.” A cultura a meu ver vem ser a maneira como cada grupo vive os seus conhecimentos, crença, arte, moral, leis, ou qualquer expressão singular de um povo. Outro conceito, talvez um do mais importantes seria o de educar? De acordo com Hugo Assmann (1998) educar é,(...) fazer emergir, vivências do processo de conhecimento. O “produto” da educação deve levar o nome de experiências de aprendizagem, e não simplesmente aquisição de conhecimentos supostamente já prontos e disponíveis para o ensino concebido como simples transmissão (...) (pág. 32). Falando em educação não podemos deixar de falar em escola. O ambiente onde as transformações acontecem, onde os sonhos das nossas crianças, jovens e adultos podem ser levados a adiante ou destruídos.Não irei conceituar o que é escola, mas a partir do livro “Escola e Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos” de Mário Sérgio Cortella ele fala da relação sociedade/escola e transmite três concepções que envolvem a mesma, três concepções que pude ver na disciplina de Currículos e Programa, e que me chamou muita atenção.De acordo Cortella (2001) as três concepções são denominadas otimismo ingênuo, pessimismo ingênuo e otimismo crítico. Na primeira concepção Otimismo Ingênuo Cortella afirma: “(...) atribui à escola uma missão salvífica, ou seja, ela teria o caráter messiânico, nessa concepção o educador se assemelharia a um sacerdote, teria uma tarefa quase religiosa, e por isso, seria portador de uma vocação. Ela é otimista porque valoriza a Escola, mas ingênua, pois atribui a ela uma autonomia absoluta na sua inserção social e na capacidade de extinguir pobreza e a miséria que não foram por ela originalmente criadas.(...)” (p 131 – 132)Na segunda concepção Pessimismo Ingênuo o autor destaca:(..)defende a idéia de que a função da Escola é a de reprodutora da desigualdade social, com um caráter dominador, nela o educador é um agente de ideologia dominante, ou seja, um mero funcionário das elites.(...)” (p 133-134) E na terceira concepção Otimismo Crítico salienta Cortella:“(...) que deseja apontar a natureza contraditória das instituições sociais, e ai à possibilidade de mudança. A educação dessa maneira teria uma função conservadora e inovadora. A Escola pode, sim servir para reproduzir as injustiças, mas, concomitantemente, é capaz de funcionar como instrumento para mudança (...)” (p 135-136)
Após a parte teórica do curso entramos no estágio momento de utilizar um conhecimento vasto adquirido ao longo do curso, não é utilizar desse momento como uma prática docente somente, mais como um momento de aprendizado.Em relação há experiencias pré-profissionais, eu não as relato, pois ainda não as tive, participei de oficinas, coordenei semana de Pedagoia, dei palestras, paticipei de eventos, tudo isso junto com curso de Pedagogia em sim, contribuiu e ainda contribui para o meu aprendizado.

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